São duas ilhas solitárias,
como nós, separadas por uma fresta ingrata de água salgada. Próximas o bastante
para que se vejam a todo tempo, distantes o suficiente para que não se toquem
jamais.
Por que são duas, e não uma só, as ilhas que
batem à nossa janela?
As ondas quebram
nas rochas feito lágrimas que persistem em dissolver corações de pedra. Em vão
como o vão que as deixa distantes. A silhueta das ilhas ao entardecer é triste
e descolorido – e elas adormecem cobertas pelo silêncio que indaga se é mesmo impossível
se amarem.
Imóveis,
resignadas, fugidias, permitem que a distância seja apenas o belo cenário de um
porta-retrato a estampar somente o sorriso alheio.
Um comentário:
Putaquepariu, malandro!! Muito bom. Dá pra botar em tantos contextos, que o melhor mesmo é nem saber em qual vc estava pensando. És um autor universal, parceiro!! Congrats!!!
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